Domingos Cunha apresentou, esta quinta-feira, à Assembleia Legislativa dos Açores, em nome do PS/Açores, o seguinte voto de congratulação, aprovado por unanimidade, que se transcreve na íntegra:
VOTO DE CONGRATULAÇÃO
100 ANOS DO “ALMANAQUE DO CAMPONEZ”
Em 1917, Manuel Joaquim de Andrade, proprietário da Tipografia e Livraria Andrade, uma das mais antigas dos Açores, situada na Rua Direita, cidade de Angra do Heroísmo, editou pela primeira vez o “Almanaque do Camponez”.
Ao longo dos seus 100 Anos de publicação ininterrupta têm sido os seus conteúdos formativos, informativos, socioculturais e de entretenimento que têm garantido a continuidade do “Almanaque do Camponez”.
As informações meteorológicas que, ao longo do ano, avisam os seus consultores quanto ao estado do tempo e aconselhando os agricultores quanto a sementeiras e colheitas são, também, de relevar.
O “Almanaque do Camponês” foi o projeto mais emblemático saído da Tipografia Andrade, que em virtude do fecho da mesma, em 1984, começou a ser impresso nas Gráficas de Angra.
Mesmo assim, com a modernização dos equipamentos, o “Almanaque do Camponez” passou a ser composto e impresso utilizando as novas técnicas, mas mantendo os mesmos formatos e aparato gráfico.
O “Almanaque do Camponez”, em tempo de iliteracia quase geral nos Açores, era uma das publicações que despertava interesse na leitura, sendo conhecidas tiragens de 9 000 exemplares, distribuídos e vendidos em todas as ilhas dos Açores, na Madeira e no continente português.
As comunidades da diáspora residentes nos Estados Unidos da América e do Canadá continuam a adquirir o “Almanaque do Camponez”, provavelmente, como elo de ligação e meio de manter as raízes e vivências, apesar das distâncias, dos fusos horários e das condições climatéricas.
A persistência e êxito de Manuel Joaquim de Andrade na publicação do “Almanaque do Camponez” levou a que lhe fosse concedida a insígnia de “Cavaleiro da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial”.
Após o seu falecimento, o “Almanaque do Camponez” passou a ser editado pelo seu filho Elvino Lonett Andrade, a que se seguiu o neto Luis Lester Fagundes Andrade e, atualmente, cabe ao bisneto Luis Filipe de Matos Andrade manter e cumprir a publicação do “Almanaque do Camponez”.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista pelas razões expressas, ao abrigo das disposições regimentais, propõe à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores reunida em plenário no mês de maio, que aprove um Voto de Congratulação pelos 100 Anos da publicação ininterrupta do “Almanaque do Camponez”, dando conhecimento deste Voto ao atual proprietário Luis Filipe de Matos Andrade.